Artigo – Neurônios Digitais – por Angelo Volpi Neto

Um dos temas preferidos dos cientistas da computação, principalmente aqueles que lidam com inteligência artificial é a previsão do dia em que os computadores vão superar o homem, porque a maioria desses cientistas acredita que isso é somente uma questão de tempo. “As máquinas vão transformar o homem em sucata orgânica” afirma.

Ray Kurzweil, que tornou-se amigo do cantor Stevie Wonder, depois que o mesmo foi o primeiro a testar sua invenção, uma máquina de leitura para cegos, isso em 1976. Kurzweil  prevê que  no futuro os cientistas digitalizarão os cérebros humanos nos mínimos detalhes para produzir computadores idênticos, e que através da nanotecnologia será possível construir neurônios artificiais com todas as sutilezas naturais.

Seu raciocínio é justificado pela tese que, se os computadores estão conectados em redes, terão em seu poder todo o conhecimento produzido na terra, literatura, filosofia, história, assistido todos os filmes e portanto terão mais conhecimento que o ser humano, bastando “apenas” que tenham capacidade para tomar decisões.

Contra essas idéias surge Jaron Lanier um verdadeiro gênio que criou em 1995 a luva com sensores que serve para manipular objetos simulados em computadores usando holografia. Foi ele quem criou o termo “realidade virtual”  inaugurando a expressão “virtual” para descrever uma solução que existe somente em software. E que muitos confundem até hoje, entendendo que todo o produto decorrente de softwares é virtual em seu sentido etéreo e hipotético.

Lanier lançou um famoso manifesto chamado “O Manifesto pela Metade” contra o que ele chama de “totalitarismo digital”. Nesse trabalho ironiza aqueles que acham que as máquinas vão superar os homens. Em paródia a si mesmo chama isso de “estupidez artificial” e afirma que não devemos temer essas previsões, pois, a qualquer momento uma pane no “windows” acabará nos salvando…

Lenier adverte para uma tecnocracia estúpida em poder dos computadores que possa se tornar imensamente poderosa. Dá exemplos que, atualmente quem decide em qual escola uma criança norte americana vai ser matriculada, ou quem vai ao exército e mesmo os investimentos feitos por um banco, estão sob a responsabilidade de máquinas.

Outro que combate a teoria do totalitarismo digital é Marvin Minsky, pioneiro  da inteligência artificial, que afirma que “O computador Deeep Blue derrotou o campeão mundial de xadrez Kasparov, mas não sabe que tem que entrar em casa quando começa a chover.”

Todo ano a Universidade de Cambridge organiza uma prova, chamada teste de Turing, em homenagem ao matemático Alan Turing , que consiste na seguinte pergunta: Será que há computadores realmente inteligentes? Para responder isso dez pessoas são escolhidas para conversar durante 15 minutos por computador, sem saber se do outro lado está uma máquina ou um homem. Quem conseguir inventar um programa que simule o cérebro humano, fazendo-se passar por uma pessoa, numa prosaica conversa sobre qualquer assunto ganha o prêmio. Em 1959 Turing previu que no ano 2000, haveriam máquinas capazes de se fazerem passar por um humano. Até hoje nenhuma sequer chegou perto…

Tabelião de Notas em Curitiba, [email protected], escreve todas as segundas nesse espaço www.jornaldoestado.com.br

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

identidade-mauricio-vieira-scaled-800x533

Presidente da República sanciona lei que cria o Dia Nacional da Identidade Civil

Design sem nome (19)

Artigo – Alterações na lei de registros públicos 6.015/73: flexibilidade na alteração do sobrenome

The blindfolded goddess of justice Themis or Justitia against th

Juiz autoriza mudança de nome de adolescente trans