O cartorário Edson Jorge Amorim Barbosa, 46 anos, morador da rua Arnaldo Estêvão Figueiredo, centro de Rochedo, foi vítima do golpe do falso seqüestro ontem e acabou lesado em R$ 900, mas poderia ter perdido muito mais não fosse sua esposa.
Eram 7h08 da manhã, ligaram a cobrar em seu celular. Coincidentemente, seu filho, que mora em Campo Grande, tinha ficado de ligar naquele mesmo horário. No outro lado da linha uma voz com sotaque carioca informou que tinham seqüestrado seu filho e exigiam resgate. A voz alertou Edson a não desligar o celular em hipótese alguma, senão seu filho seria morto.
A ligação durou 45 minutos. Entremeados às ameaças, Edson ouvia ao fundo gritos e pancadas, que sugeria alguém sendo torturado. Imaginava ser seu filho. Nos 45 minutos em que esteve refém dos golpistas pelo telefone, Edson saiu de sua casa, foi até o banco, sacou dinheiro, comprou nove créditos de R$ 100 para celular e passou as senhas.
Retornou a sua casa ainda com os golpistas na linha. Foi quando sua mulher, atônita, exigia uma explicação para a longa conversa do marido. Nesse instante os golpistas exigiam que ele depositasse R$ 10 mil em uma conta corrente. Ele escreveu em um pedaço de papel um resumo do que estava se passando e saiu. A mulher leu e tratou de telefonar ao filho. Descobriu o golpe.
Nesse ínterim Edson resolveu passar na Delegacia de Polícia Civil e registrar o caso, mas estava resolvido a vir a Campo Grande para sacar o dinheiro exigido e salvar seu filho. Os golpistas já haviam desligado o telefone, mas ficaram de retornar para passar as coordenadas. Foi quando a mulher ligou dando a notícia de que tudo não passou de um golpe, o filho deles estava bem.
Edson autorizou a Polícia a divulgar o caso para alertar outras pessoas. O policial que narrou a história disse que ficou espantado por Edson, uma pessoa esclarecida, ter caído no golpe. “Quando falaram que podiam matar seu filho, ele esqueceu de tudo, perdeu o controle e começou a fazer exatamente o que os golpistas mandavam”, explicou.
Golpes como esses estão ficando comuns. Quase todas as pessoas que possuem celular já receberam mensagens ou telefonemas de golpistas. A polícia acredita que as ligações partam de presídios.