Casamento também é cidadania

Depois de 21 anos juntos, Silmara da Silva e Laelson Camargo finalmente irão se casar. Sem dinheiro para pagar a cerimônia no civil, eles participarão, em outubro, de um casamento coletivo promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Silmara conta que ela e o marido sempre quiseram se casar, ”mas nunca deu para pagar”.

O casal mora com os três filhos, Robson, 21 anos, Wellinton, 19, e Fabíola, 11, numa casa construída no quintal da mãe de Laelson, no Conjunto Semíramis Braga I, na Zona Norte de Londrina. ”Nós namorávamos e aí eu engravidei. Fomos morar juntos quando meu primeiro filho fez oito dias de vida”, recorda a dona-de-casa.

Para ela, assinar um documento não deverá mudar em nada o dia-a-dia da família, ”mas espero que fique melhor”, brinca. Segundo Silmara, os filhos acharam ”uma boa” a idéia dos pais finalmente se casarem no civil. ”Mas por enquanto não pensamos em fazer uma cerimônia religiosa.”

Como Silmara e Laelson, outros 132 casais irão participar do casamento coletivo que acontecerá no dia 27 de outubro, no ginásio de esportes da UEL. Conforme a coordenadora do projeto Sesc Cidadão/Justiça no Bairro, Cristiane Assis Furtado, das 9 às 17 horas funcionários do Sesc irão promover ações de saúde e emissão de documentos, além da cerimônia de casamento, que será às 11 horas.

O casório será gratuito – os noivos economizarão cerca de R$ 170 com a documentação – e realizado por dois cartórios voluntários. ”Muitos casais até vão vestidos como noivos”, completa a coordenadora do Sesc, explicando que o casamento coletivo promove a cidadania. ”Eles se sentem incluídos na sociedade.”

Para participar, o casal precisa morar em Londrina e comprovar uma renda de até dois salários mínimos. ”O perfil é bem misto, tem casais que já convivem há muito tempo e outros que acabaram de se tornar pais e querem legalizar a situação”, cita a assistente social Ana Renata Scucuglia, responsável pela triagem dos casais.

Segundo ela, a maioria dos trabalhadores é autônomo e as famílias vivem de aluguel ou nos fundos da casa dos pais. A noiva mais nova tem 16 anos e acabou de ganhar nenê. O pai tem 18 anos. ”Nesse caso os pais dos noivos precisam ira ao cartório autorizar a cerimônia.”

Este será o segundo casamento promovido pelo Sesc em Londrina. Conforme Cristiane Furtado, a primeira cerimônia reuniu 141 casais em agosto deste ano, na Universidade Filadélfia (Unifil). ”O projeto já aconteceu em Paranaguá, Ponta Grossa e Região Metropolitana de Curitiba e o casamento coletivo é facilitado pela juíza Joeci Camargo Machado, da Vara de Família de Curitiba”, assinala a coordenadora.

Conforme ela, a própria juíza irá conduzir a cerimônia, junto ao juiz de Família de Londrina. ”Representantes do Sesc e da UEL serão os padrinhos dos casais, que também receberão uma benção ecumênica.”

 

Fonte: Folha de Londrina

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