*Prof. Márcio Wesley
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
LIÇÃO 4: CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
REGRA BÁSICA. O NÚCLEO DO SUJEITO CONJUGA O VERBO.
DICA. Núcleo do sujeito começa SEM preposição.
1. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à concordância verbal.
De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente não constituem obrigação
exclusiva da família.
II A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e para a irrigação de culturas
de subsistência são prioritários em situações de escassez.
(Veja OBSERVAÇÃO 1.)
III A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos ambientais que, porventura, venham a causar.
(Veja OBSERVAÇÃO 2.)
IV A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for proferida a sentença de mérito.
A quantidade de itens certos é igual a
A 0. B 1. C 2. D 3. E 4.
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OBSERVAÇÃO 1. Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito, o segundo que houver deve estar escrito ou representado por um pronome. VEJA:
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois núcleos)
VEJA A REPETIÇÃO DO “O”. O segundo é pronome. Sem preposição. É núcleo.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário. (um só núcleo=uso)
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OBSERVAÇÃO 2!!! O pronome relativo pode exercer a função de sujeito, de objeto, de complemento etc., SEMPRE dentro da oração adjetiva. CUIDADO!! O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas esse termo faz parte de outra oração. O termo referido preenche, supre APENAS o sentido. Esse termo referido NÃO é o sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva. VEJA:
A casa / que comprei / era velha. NOTE. Oração principal: A casa era velha. Sujeito = A casa.
Oração subordinada adjetiva: que comprei. Sujeito = eu; objeto direto (SINTÁTICO) = que.
MUITA ATENÇÃO!!!!!! SOMENTE O SENTIDO É QUE NOS LEVA A VER QUE: comprei a casa.
PORÉM, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome relativo é o OBJETO SINTÁTICO.
Podemos chamar de OBJETO SEMÂNTICO o termo “A casa”, mas apenas pelo sentido, jamais pela análise
sintática. A análise sintática deve ser feita DENTRO DE CADA ORAÇÃO.
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VEJAMOS MAIS QUESTÕES INTERESSANTES!
TEXTO: Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente.
2. Na linha 4, a forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabelece relação de concordância com o termo antecedente “ideologia”.
TEXTO: Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa.
3. O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.2).
OBS.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal. A regra é ficar na 3ª pessoa singular. Veja abaixo: VERBO HAVER.
TEXTO: Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca tinha sido imaginado antes.
4. É gramaticalmente correta e coerente com a argumentação do texto a seguinte reescrita para o período final: Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos instrumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo que ainda não fôra imaginado.
TEXTO: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho.
5. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de terceira pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador.
6. TEXTO: A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas casas, que serviam de garantia para os empréstimos, teria de continuar subindo indefinidamente”.
REGRAS ESPECIAIS
VERBO HAVER com sujeito. Veja: Eles haviam chegado.
VERBO “HAVER” SEM SUJEITO tem o sentido de EXISTIR, ACONTECER ou TEMPO DECORRIDO.
REGRA. VERBO SEM SUJEITO (IMPESSOAL) FICA NO SINGULAR (3ª PESSOA). CERTO OU ERRADO?
1 ( ) Na sala, havia vinte pessoas.
2 ( ) Na sala, haviam vinte pessoas.
3 ( ) Na sala, existiam vinte pessoas.
4 ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
5 ( ) No carnaval, houve menos acidentes.
6 ( ) No carnaval, houveram menos acidentes.
7 ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes.
8 ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
9 ( ) Haverá dois meses que não o vejo.
10 ( ) Haverão dois meses que não o vejo.
11 ( ) Jamais pode haver incoerências no texto.
12 ( ) Jamais podem haver incoerências no texto.
13 ( ) Jamais podem existir incoerências no texto.
14 ( ) Jamais pode existir incoerências no texto.
15 ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes.
16 ( ) Havia sido eleito novos presidentes. VEJAMOS MAIS QUESTÕES
7. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à concordância verbal.
Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à identificação das partes bem como do representante daquele que figurará no pólo ativo da eventual ação.
( “o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de haver alguma”.
8. Na expressão “Há de haver” (L.2), verifica-se o emprego impessoal do verbo haver na forma “Há”.
TEXTO: As estradas da Grã-Bretanha tinham sido construídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carruagens romanas.
9. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas verbais, preservam-se a coerência textual e a correção
gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido.
TEXTO: Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das democracias foi extraordinário.
10. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige que se faça a concordância verbal com “liberdade” (L.1) e “crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição, deve-se escrever existiram.
TEXTO: Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias é um dos requisitos para o fortalecimento do
MERCOSUL, vide as últimas divergências entre Brasil e Argentina.
11. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que as relações sintáticas permanecem sem alteração.
VERBO “FAZER” INDICANDO TEMPO OU CLIMA.
12. Assinale a opção correspondente ao período gramaticalmente correto.
A Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, mas até agora eles não tem nenhum resultado conclusivo.
B Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. Entretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado conclusivo.
C Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, mas, até agora eles não têm nenhum resultado conclusivo.
D Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas entretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado conclusivo.
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SUJEITO COM NÚCLEO COLETIVO, PARTITIVO OU PERCENTUAL
REGRA: o NÚCLEO conjuga o verbo, ou o termo que determina ou complementa o núcleo conjuga o verbo.
TEXTO: Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudiosos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases feitas dão o tom do uso da língua.
13. No segundo período do texto, a forma verbal “evita” (L.2), empregada no singular, poderia ser substituída pela forma flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria com “estudiosos” (L.2), sem que houvesse prejuízo gramatical para o período.
TEXTO: A maioria dos países prefere a paz.
14. Está de acordo com a norma gramatical escrever “preferem”, em lugar de “prefere” (L. 2).
TEXTO: Hoje, 13% da população não sabe ler.
15. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para concordar com o núcleo do sujeito.
TEXTO: Uma equipe de policiais está junta por dez anos e aprenderam a
investigar.
16. Está adequada à norma culta a redação do texto.
TEXTO: Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.
17. A forma verbal “formam” (L.2) está flexionada na 3.a pessoa do plural para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.2) expressa.
CUIDADO COM A EXCEÇÃO!!!Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está após o verbo, SOMENTE O NÚCLEO CONJUGA O VERBO. Veja a questão:
TEXTO: Quando se constrói um transgênico, os objetivos são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.
18. Seria mantida a correção gramatical do período caso a forma verbal “gere” (L.4) estivesse flexionada no plural, em concordância com a palavra “estudos” (L.4).
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SUJEITO COM NÚCLEOS SINÔNIMOS OU QUASE
REGRA: os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo próximo conjuga o verbo. Veja: A paz e a tranquilidade descansam a alma. Ou A paz e a tranquilidade descansa a alma.
TEXTO: A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e a consolidação da Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de Inteligência.
19. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido — “criação” (L.1) e “consolidação” (L.2) —, estaria também gramaticalmente correta a concordância com o verbo permitir (L.3) no singular — permite.
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SUJEITO COMPOSTO ESCRITO APÓS O VERBO
REGRA: os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo próximo conjuga o verbo.
TEXTO: “palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução”
20. No trecho “assim se faz um livro” (L.2), a expressão “um livro” exerce a função de sujeito.
ATENÇÃO!!!! Com a palavra SE, o verbo de ação NÃO tem objeto direto. Quando temos a palavra SE, o objeto direto VIRA SUJEITO PACIENTE. Então, chamamos a palavra SE de partícula apassivadora.
Veja mais questões.
TEXTO: Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, independentemente da enunciação, e que envelopamos em um código também pronto. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na língua do falante. O que importa é o efeito que palavras estrangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou, que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.
21. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último períodos sintáticos do texto, o segundo período também admitiria uma construção sintática de sujeito indeterminado, podendo ser alterado para Poderia se mudar muitas perspectivas.
OBSERVAÇÃO: MUITO CUIDADO COM AS DUAS OPÇÕES DE ANÁLISE!! Em locução verbal com a palavra SE na função de partícula apassivadora, podemos analisar como SUJEITO SIMPLES NOMINAL (REGRA: o núcleo conjuga o verbo) ou como SUJEITO ORACIONAL (REGRA: o verbo fica no singular).
22. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as regras de concordância com o sujeito oracional “dar a entender”.
REGRA: Sujeito oracional pede verbo no singular.
*As aulas são ministradas por Márcio Wesley professor no IMAG-DF, STF, STJ, TRE-DF, UDF, ministérios, PRG-DF, consultor, Diretor de Gestão e Negócios da MGW CONSULTANCY.