Prepare o bolso para a compra da casa própria

O sonho de adquirir a casa própria é um exercício de planejamento financeiro. Mesmo quem pretende comprar o bem à vista, o que é privilégio de uma minoria, terá que preparar o bolso para os custos com cartório e pagamento de impostos e ainda com a compra, pelo menos, do básico da mobília e dos eletroeletrônicos da moradia. Em 2007, o Governo federal estima que a oferta de crédito imobiliário no sistema financeiro supere os R$ 21 bilhões registrados este ano, aumentando sua participação na oferta de crédito global dos atuais 6% para 11% do total. A previsão do Governo mostra que não deve faltar recursos para quem precisar recorrer aos financiamentos visando comprar o seu imóvel.

O presidente do Sindicato da Habitação do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto, lembra que os bancos financiam no máximo 80% do valor do imóvel, por isso a pessoa precisará ter pelo menos 20% para pagar ao construtor ou proprietário anterior da casa (no caso de imóveis usados). O negócio então é começar a preparar o orçamento para ter pelo menos o dinheiro da entrada.

Sérgio Porto explicita que também não há como fugir do pagamento das exigências legais, como os custos com registro no cartório e o pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Se o imóvel for financiado, há ainda o gasto com a taxa de avaliação do imóvel, cobrada pelos bancos. Esses tipos de gastos representam entre 4% e 5% do valor venal da residência.

Quem está saindo da casa dos pais e vai começar do zero, também precisará se preocupar em tornar o imóvel habitável, ou seja, prepare-se para comprar os móveis e os eletrodomésticos. O básico dessa estruturação, calcula Porto, varia entre 10% e 15% do valor do imóvel.

Com relação aos financiamentos, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Armando Cavalcante, destaca que quanto mais a pessoa puder dar de entrada, menor será a prestação mensal do pagamento do empréstimo e o gasto com juros em médio e longo prazos.

Essa é a preocupação da oficial de Justiça Rita Edileusa Corrêa Batista, 35. Ela conta que pretende comprar à vista seu apartamento, em 2007. Para isso, há quatro anos Rita começou a poupar visando adquirir o imóvel. Ela destaca que resolveu fazer um esforço financeiro para concretizar seu objetivo. “Eu separo parte da minha renda mensal visando comprar o imóvel. O dinheiro extra, como adicional de férias e 13º salário, também vai direto para a aplicação”.

Segundo Rita, o planejamento financeiro foi a forma encontrada para “fugir dos juros”. “Sempre achei que comprar à vista é um bom negócio. A experiência que tive quando financiei meu primeiro carro, em 18 meses, confirmou essa minha convicção”, detalha. A oficial de Justiça detalha ainda que já incluiu no seu planejamento financeiro os gastos que deve ter com o ITBI e registro do imóvel no cartório. (Oswaldo Scaliotti)

Cuidados para a compra do imóvel

* Observe os juros, cobranças e cláusulas contratuais do financiamento habitacional.

* Prepare-se para os gastos ao realizar o contrato de financiamento. O mutuário gasta entre 4% e 5% do valor do imóvel só para pagar as obrigações com cartório, taxas de avaliação e impostos.

* Linhas com taxas de juros pré-fixadas (e prestações fixas) dão mais segurança ao mutuário. Por outro lado, podem representar prejuízo financeiro, em médio e longo prazo, se for confirmada a expectativa de queda de juros.

* Além da taxa nominal, procure saber qual é a taxa de juros efetiva, aquela que inclui seguros como de Danos Físicos do Imóvel e de Morte ou Invalidez do Mutuário, custos que são diluídos ao longo das prestações.

* Financiar um menor valor e em um prazo mais curto pode reduzir bastante os custos com os empréstimos habitacionais. Não se deixe levar por prestações baixas, mas procure adequar o crédito à sua condição de pagamento.

* Quem tem FGTS pode procurar linhas que permitam utilizar o recurso para amortizar o saldo devedor e abater prestações. Neste caso, estão incluídos os produtos que fazem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), ou seja, usam recursos do FGTS ou poupança.

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