16/12/2022 – População trans avança na luta pelo direito à mudança de nome na Venezuela

Movimentos LGBT iniciaram reuniões com órgãos competentes e pedem protocolo voltado para pessoas trans

A população trans da Venezuela está mais perto de conquistar o direito à mudança de nome no registro civil. Após protestos, movimentos LGBT conseguiram, com o apoio de deputados governistas, iniciar na última semana reuniões com os órgãos competentes para avançar na criação de um protocolo voltado para as solicitações das pessoas trans venezuelanas.

A reivindicação dos ativistas é que as autoridades cumpram o artigo 146 da lei de Registro Civil do país, que prevê que qualquer pessoa que se sinta lesada pelo próprio nome ou quando este não corresponda a seu gênero possa solicitar a mudança.

A lei está vigente desde 2009, mas segundo os movimentos as solicitações feitas por pessoas trans através da norma não são atendidas por transfobia dos agentes responsáveis.

A advogada e ativista trans venezuelana Richelle Briceño é uma das lideranças que agora participa das negociações com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o Serviço de Identificação e Migração (SAIME), os órgãos responsáveis pelos registros civis na Venezuela. Ao Brasil de Fato, ela afirma que as exigências dos movimentos são o cumprimento da lei e a definição de protocolos específicos para a população trans.

“Nas reuniões que estamos realizando entre os movimentos, a Assembleia Nacional e os órgãos competentes estamos esperando definir quais sedes do CNE terão capacidade de receber as solicitações de mudança de nome, quais serão os prazos estabelecidos para esse procedimento e quais serão os requisitos exigidos pelos órgãos”, diz.

Segundo Briceño, há uma lista de 263 pessoas trans que já manifestaram junto aos movimentos LGBT do país o desejo de mudar de nome, mas que para as primeiras negociações os ativistas apresentarão a solicitação de 10 pessoas e esperam que esse grupo inaugure o procedimento para a população.

Pessoas trans são aquelas que não se identificam com o sexo que lhes foi atribuído no nascimento. Até 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerava a transsexualidade como uma “doença mental”. Naquele ano, o órgão alterou o termo na Classificação Internacional de Doenças (CID) passando-o para a categoria de “saúde sexual”, medida considerada um avanço por movimentos LGBT e em defesa dos direitos humanos.

A prática da mudança de nome é encarada pelos movimentos como o direito das pessoas trans serem tratadas de acordo com o gênero com o qual se identificam, de maneira que não fira a dignidade humana. Na região, a Argentina foi o primeiro país a autorizar a mudança de nome e de gênero no registro civil, com a aprovação de uma lei em 2012. Equador, Uruguai, Bolívia, Peru e Colômbia possuem legislações semelhantes.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou em 2018 que pessoas trans possam alterar o nome e o gênero no registro civil sem que se submetam à cirurgia de redefinição sexual ou tenham que entrar com ação judicial.

Briceño argumenta que, na Venezuela, o dispositivo previsto na lei de Registro Civil já deveria bastar para garantir ao menos a mudança de nome, mas o mecanismo não é cumprido. “Já temos 13 anos dessa lei e nossa mobilização é para que esse artigo seja respeitado”, diz.

A advogada afirma que ainda há outras exigências por parte dos movimentos para promover os direitos da população trans na Venezuela, pois “a mudança de nome não é suficiente para reconhecer todo o compêndio da identidade”. 

“A identidade comporta os nomes, os sobrenomes, mas também o gênero com o qual a pessoa se identifica e o gênero com o qual ela vive. Resgatar o direito à mudança de nome não significa garantir totalmente a identidade das pessoas trans na Venezuela, ainda falta avançar em direção a uma lei de identidade de gênero, uma lei especial que realmente permita reconhecer a identidade das pessoas trans como um direito humano”, afirma.

Sobre os protocolos a serem debatidos com o CNE e o SAIME, Briceño diz esperar que os órgãos não cogitem criar requisitos retrógrados que envolvam informes médicos e que se crie um procedimento rápido e acessível para a população.

“Espero que não se patologize a identidade das pessoas trans pedindo informes psiquiátricos ou informes médicos que pedem 2 anos de tratamento hormonal ou cirurgia. Nesse momento é importante colocar nossa confiança nos deputados da Assembleia Nacional que estão levando adiante esse processo para que o direito finalmente seja cumprido pelo CNE”, diz.

‘Somos revolucionários, temos que fazer as mudanças’

Apesar das negociações para a conquista do direito à mudança de nome das pessoas trans, os movimentos LGBT prometem permanecer mobilizados para reivindicar o avanço de outras pautas como o reconhecimento de famílias homoparentais e a aprovação do matrimônio igualitário, cujo projeto de lei está paralisado no Legislativo desde 2014.

Ao Brasil de Fato, o ativista Leandro Villoria afirma que a Constituição aprovada em 1999, por iniciativa do governo do ex-presidente Hugo Chávez, trouxe avanços importantes para o combate à discriminação e para a promoção do respeito à diversidade. Entretanto, ele explica que a população LGBT possui demandas específicas que precisam da atenção devida das autoridades e acredita que há espaço na sociedade para debater e avançar.

“Essa geração é a geração menos homofóbica, menos conservadora e nada indica que isso vai retroceder. A sociedade venezuelana, na verdade, está esperando a resolução de todas essas reivindicações”, diz.

Além disso, o ativista afirma que o conservadorismo existente em alguns setores sociais e políticos não pode servir como justificativa para interromper os debates, pois a decisão “deve partir dos nossos tomadores de decisões”.

“Nós não somos mais machistas que os mexicanos, nós não somos mais católicos do que a Itália, não somos mais conservadores que a Colômbia, que nunca havia tido um governo de esquerda. Então do que estamos falando? Não é um problema para a população venezuelana, é um problema dos tomadores de decisão. Nós consideramos que somos uma sociedade revolucionária, então devemos fazer as mudanças que devem ser feitas”, diz.

Fonte: Brasil de Fato


A Associação dos Notários e Registradores do Estado de Mato Grosso do Sul, também denominada ANOREG MS, é uma sociedade civil, sem fins econômicos, constituída por prazo indeterminado, tendo sede e foro no Município de Campo Grande/MS.

Використовуйте массажер простаты якщо ви хочете відчути щось нове.
Thanks to https://worldhgh.best/ I was able to find what I needed!
Faça sua vaid de bet e fique mais rico. Não há necessidade de esperar
Как приятно увидеть качественный минет. Да, умеют же девушки...
Somente as melhores apostas em brabet. Experimente também.
Sugiro que você apenas Vem apostar e se jogue! Hoje
Escolher Pornô que com certeza vai te agradar
Conquista victorias con 1win chile, ¡el mejor casino en línea!
Po prostu logowanie w Hot Slots i graj. Czego jeszcze możemy się spodziewać?
Mude sua vida para melhor com o betano.
Juega en casinos com mbway. Ahora...

© Copyright Anoreg MS | Todos os direitos reservados

Imagem no Canto Inferior
Olá, posso ajudar ?