Aristides Esquivel, titular do cartório de Bandeirantes, será um dos homenageados pela Corregedoria-Geral de Justiça pelo tempo de serviço
Mais de 40 anos dedicados ao cartório de Bandeirantes e com atendimentos incontáveis ao público, Aristides Esquivel será um dos homenageados pela Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) pelo tempo de serviço desde a divisão e criação do estado sul-mato grossense. A homenagem será feita no durante sessão do Tribunal pleno do TJMS, com a data a ser divulgada.
Natural de São Paulo e pai de dois filhos, ele fez das terras pantaneiras a sua casa e exerce a profissão com dedicação. Aos 64 anos de idade, ele já viu muita coisa acontecer. Desde a máquina de escrever até a era digital, Aristides já perdeu as contas de quantos documentos já passaram por suas mãos e de quantas histórias de vida teria para compartilhar.
O conhecimento vai muito além da técnica, mas do aprendizado do dia a dia, de cada pessoa que passa pela porta do Cartório em busca de uma informação. Atendimento de qualidade e otimização de resultados são o que fazem desse serviço algo tão nobre.
Toda essa trajetória o trouxe até aqui, como o cartorário mais antigo no estado de Mato Grosso do Sul.
Confira a entrevista que a Anoreg/MS realizou com o cartorário mais antigo do estado.
Anoreg/MS – Como começou seu trabalho em Bandeirantes?
Aristides Esquivel – Tendo sido admitido na UFMT aos 17 anos, no curso de Engenharia Elétrica, percebi que não dispunha de todos os talentos exigidos para a função, mormente a destreza manual. Entretanto, dessa vivência enriquecedora, identifiquei minha vocação jurídica. Retornando a Campo Grande, ingressei em Departamento Jurídico de um grande banco e no início de 1978 ingressei na Faculdade de Direito, então FUCMAT. Após três anos, já na chefia do Departamento e sendo convidado a me transferir para a matriz do banco a fim de ocupar cargo no Departamento de Operações Especiais, pedi demissão e fui admitido em escritório de advocacia como estagiário. Então no início de 1982 e último ano da Faculdade, em razão da minha precária situação financeira que me tolhia de desenvolver carreira na advocacia, participei do concurso de admissão ao cargo de registrador na Comarca de Bandeirantes, sendo aprovado em primeiro lugar.
Anoreg/MS – O que considera fundamental para a profissão de notário/registrador?
Aristides Esquivel – Como para o bom desempenho de qualquer profissão é fundamental a paixão. Um verdadeiro sentido de sacerdócio, dedicação, estudo constante, e em particular na atividade notarial/registral que tanto impacto tem na vida das pessoas.
Anoreg/MS – Saberia nos dizer quantos documentos já passaram pelas suas mãos?
Aristides Esquivel – Mais de 65 mil.
Anoreg/MS – Quais foram os maiores desafios nesses anos de carreira?
Aristides Esquivel – Foram tantos, que se eu quisesse relatar uma parte escreveria um livro. Mas creio que foram bem superados. Pois quando lembro da Bandeirantes de 40 anos, uma cidade estagnada, sem perspectivas e a atual um pujante polo agrícola, ainda em desenvolvimento, onde se instalaram algumas das maiores cooperativas do Brasil, tenho a vaidade de, junto a população laboriosa, ter alguma participação nessa evolução. Ademais, a função me proporcionou o convívio com pessoas do mais alto quilate, colegas, professores, fundamentais ao meu processo de evolução pessoal. A todos minha gratidão.
Anoreg/MS – Com o avanço da tecnologia, o senhor passou por vários processos de adaptação. Como foi acompanhar, de perto, a modernização dos cartórios?
Aristides Esquivel – Iniciei me exercício no cargo utilizando máquina de escrever. Em Bandeirantes tinha dois telefones, no Posto Telefônico. Uma realidade não tão distante. Se na época a pitonisa vaticinasse o que vivemos hoje, confesso que não acreditaria. Acompanhar as mudanças ocorridas nos últimos anos é especialmente desafiador para alguém, como eu, que nasceu e viveu a maior parte de sua vida em ambiente analógico. Mas a paixão pela função é o estímulo para laborar pela atualização contínua.
Anoreg/MS – Qual a mensagem gostaria de deixar para seus colegas de profissão?
Aristides Esquivel – A nossa atividade é uma construção de eras, onde cada um dos seus profissionais tem o desiderato e o mister de prestar sua colaboração ao seu desenvolvimento.
Anoreg/MS – Como se sentiu ao saber que receberia a homenagem do TJMS?
Aristides Esquivel – Com gratidão, não apenas pela homenagem a mim prestada pelo meu tempo de serviço, mas estendo como uma homenagem a toda classe, à qual tenho muito orgulho de pertencer.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Anoreg/MS
