O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) concluíram as atividades referentes à construção da Rede Geodésica do Estado, ferramenta tecnológica de mapeamento do território através de coordenadas geográficas de alta precisão. A ferramenta possibilitará que o Amapá realize o mapeamento e estudo científico para auxiliar, por exemplo, no monitoramento climático.
A execução do mecanismo é uma cooperação entre as Secretarias de Estado do Planejamento (Seplan), Sema e IBGE que disponibilizou uma equipe do Rio de Janeiro para realização do estudo. Além do monitoramento climático, os dados serão utilizados para a regularização fundiária bem como para basear obras de infraestrutura.
Os resultados sobre os estudos realizados em campo foram apresentados recentemente em reunião na Seplan. Durante o encontro, também foram acertados os detalhes operacionais de ações pós-convênio para preservar os investimentos, que até agora foram de foram de R$ 2,1 milhões, recursos adquiridos através da operação de crédito junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o gerente das redes geodésicas do IBGE, o mecanismo já está revitalizado no Amapá, com medições coordenadas, gravidade e GPS. Ao todo, foram instaladas mais de 500 novas estações, marcos em formato de pirâmide que guardam informações geográficas. A nova rede, que agora possui mais de 1 mil marcos, alcança todos os pontos extremos do estado, do sul ao norte. O próximo passo será a etapa de cálculo, processamento e análise de dados para que, em breve, sejam divulgados os novos valores de coordenadas geodésicas. As informações, segundo Luz, serão a base para projetos do poder público em âmbito estadual e municipal.
Ele explicou que existem três tipos de redes geodésicas: as planimétricas tridimensionais, que possuem coordenadas horizontais de latitude, longitude e altitude com GPS geodésico (precisão menor que 1 cm); as redes de nivelamento, que usam dados para basear obras como barragens, rodovias; e as estações gravimétricas, que contém dados que permitem estudos do campo gravitacional terrestre.
?Esses parâmetros guardados nas estações geodésicas, principalmente sobre altitude, auxiliam na construção dessas rodovias para que o traçado seja executado com rigor e precisão?, explicou Roberto Luz.
As informações da rede geodésica podem ser usadas, por exemplo, para a definição de traçados e inclinações de estradas, para que o tráfego nela ocorra com segurança. As construtoras se baseiam nos dados dos marcos geodésicos para fazer os projetos básico e executivo de obras e o controle de andamento dessas obras.
Preservação
Segundo o secretário-adjunto de Planejamento, Otávio Fonseca, o estado prepara uma campanha para preservar as estações geodésicas da rede amapaense. Ele lembrou que na década de 1980, o IBGE estabeleceu a rede altimétrica do Amapá com 500 marcos, que abrangiam os municípios de Mazagão, Santana, Macapá, Serra do Navio e Calçoene. Ele explicou que essas estações, possuem dados precisos de altitude em relação ao nível do mar. Mas, a maioria delas foi colocada próxima a estradas, posição desfavorável para conservação.
?Sempre que existe uma estação na beira da estrada, pode ocorrer destruição deste marco por conta do vandalismo e outros motivos. Se a estação for tirada do lugar, por exemplo, ela perde os dados, ou seja, não serve mais?, pontuou.
Apesar de serem protegidas por lei, por vários motivos, essas estações acabam sendo destruídas ou perdendo os dados. ?A responsabilidade de zelar pelas estações geodésicas é de toda sociedade, porque esse marcos beneficiam toda sociedade, pois eles guardam informações para obras de infraestrutura?, alertou o secretário.
Fonte: Jornal do Dia
