Imagine que você vai ao banco solicitar o financiamento de um imóvel. Depois do processo aprovado pela instituição financeira, você solicita a certidão de matrícula do imóvel ao cartório eletronicamente (por computador). A certidão chega em alguns instantes. Você e o banco assinam o contrato, também eletronicamente, então enviam novamente ao cartório, que registra o contrato, já com a alienação fiduciária, e devolve uma via ao comprador e outra ao banco. Tudo em alguns minutos.
Agora pense que tudo isso deve virar realidade em pouco tempo. Isso porque a Associação de Registradores de Imóveis de São Paulo (Arisp)entrou na era da tecnologia digital no último dia 12. Dessa forma, todos os 18 cartórios da Cidade já estão aptos a emitir certidões digitais seguras via internet, e com a mesma validade jurídica de uma certidão tradicional em papel.
Atualmente, é possível solicitar e receber as certidões de matrícula dos imóveis por meio eletrônico. “Já a assinatura e registro dos contratos terá de esperar até que os bancos desenvolvam os modelos de contrato eletrônico”, explica o presidente da Arisp, Flauzilino Araújo dos Santos.
“O processo torna-se mais ágil, e o solicitante terá mais comodidade, porém, com toda a segurança necessária. Já não é mais preciso deslocar-se até o cartório para solicitar uma certidão e depois voltar para buscá-la. Tudo pode ser feito de um computador”, comemora Santos.
O preço para solicitar uma certidão de matrícula de imóvel é o mesmo cobrado pelo documento impresso: R$ 27,19. Para solicitá-la é preciso dirigir-se a um cartório ou fazer o pedido online por meio do site. Os dados são transmitidos de forma segura, mas para ver o documento é preciso baixar o visualizador no mesmo endereço eletrônico – o download é gratuito.
O presidente da Arisp lembra ainda que, mesmo que o documento seja virtual, é possível sempre ter uma via original dele. Para isso basta imprimir a certidão.
Toda essa emissão de documentos e assinaturas de contratos por meio eletrônico não é coisa do futuro. Já existe e é muito utilizada pelos órgãos públicos como a Receita Federal, por exemplo. A própria Arisp já emite ofícios aos órgãos do governo utilizando esse mesmo sistema. “Decidimos ampliar essa oferta para a iniciativa privada porque vimos que a tecnologia é um caminho sem volta. Os vários setores da economia já estão migrando para o formato digital e estamos acompanhando essa tendência”, completa.
Fonte: Jornal da Tarde – SP